
#PortugaDiário ep3: Começando uma nova aventura em Portugal

O #PortugaDiário foi uma série que escrevi de 2011 a 2012, durante meu intercâmbio na Universidade do Porto. Viajei por toda a Europa e contei um pouquinho disso no blog. Como o antigo site foi perdido, vou republicar a série, semanalmente, assim como a original. Acompanhe e envie para seus amigos interessados em viajar pelo mundo!
A viagem até a nossa nova casa em Portugal foi rápida. Dona Carmem, dona da casa, se mostrou muito simpática e prestativa, nos ajudou em tudo e explicou todas as regras de convivência. Moraremos ela, seu filho Gustavo, Gaby e eu (cada qual no seu quarto). A casa é muito bonita e o apartamento mais ainda. Espaçoso, com varanda, mesa para o computador, aquecedor, armários. Arrumado tudo, saímos para passear.
Aqui preciso fazer um pequeno parênteses. Vai ser muito difícil fazer um relato preciso do ponto de vista temporal, então desde já aviso que irei narrando os acontecimentos sem nenhuma preocupação neste sentido. Daqui para frente continuarei falando sobre tudo de mais importante/interessante que aconteceu, mas agora sem necessariamente essa preocupação com horário ou dia.
SAUDADE
A primeira coisa que fizemos foi ligar para casa. Portugal é ótimo, mas tinha que falar com a minha mãe, estava morrendo de saudade. Ainda não tinha aprendido a utilizar o cartão telefônico, então foi via celular mesmo. Logo em seguida eu e a Gaby fomos fazer compras para conseguir sobreviver durante os próximos dias. Ambos gostamos de cozinhar, uma coincidência divertida!
Tudo é próximo da casa. Shopping, supermercado, ponto final dos ônibus, metrô, faculdade etc. Fomos ao FROIZ e abastecemos os armários com comida e produtos de limpeza. É um supermercado comum, pequeno até, e pude comprar leite de soja, pasta de tofu, iogurte sem lactose… e a preços excelentes. Já estou gostando daqui!
Fizemos uma macarronada de brócolis rápida, mas com a fome que estávamos foi a melhor refeição que comi na Europa! (tá, foi a primeira haha) e já fomos conhecer Portugal. A Gaby estava louca para comprar um laptop, e eu para ver o preço dos equipamentos eletrônicos. Depois de pegar o metrô perto de Trindade, fomos ao Norte Shopping (algum nome familiar aqui cariocas? hehehe). No caminho ao metrô vimos algumas placas engraçadas que já não me lembro agora. Os portugueses possuem a mania de colocar certos complementos meio que desnecessários nos anúncios. Ok, nem todos são tão desnecessários assim, mas em alguns casos fica muito engraçado.
TRANSPORTE
O metrô é um caso à parte. Paga-se conforme a distância que você vai utilizar, no meu caso foi 1,50 euros. Os moradores ainda possuem a opção de pagar uma mensalidade, que varia entre 12 a 40 euros, e podem utilizar o serviço à vontade a qualquer hora do dia. Mas o que mais me chamou a atenção foi a ausência de catracas e de cobradores. Nada. Eu entrei e fiquei totalmente perdido: Ué, pra quem eu pago? A figura do cobrador, aliás, existe em raros casos, de máquinas de xerox self-service a máquinas de comida, muita coisa por aqui é automatizada.
Nesse caso fui até uma máquina, inseri uma nota de 10 euros, recebi o troco e a passagem. Isso tem suas vantagens e desvantagens, é claro, mas não vou entrar nessa discussão aqui. O que me impressionou foi como as pessoas, tendo a opção de simplesmente ignorar os aparelhinhos amarelos que debitam a passagem, vão lá e pagam. Óbvio que tem câmeras e tal, mas isso também temos no Brasil, além de segurança, polícia… mas a catraca está lá. As pessoas se machucam, se acotovelam para passar, os gordinhos tem dificuldade para passar, e pra quê tudo isso? Portugal está passando por uma crise econômica, mas nem por isso deixou de confiar em seus cidadãos. Precisamos avançar muito nesse sentido.
Voltando, chegamos ao Shopping. No caminho conhecemos um brasileiro que está fazendo mestrado em Sociologia na Universidade do Porto. Ele nos deu várias dicas sobre a cidade e ainda nos ensinou a utilizar o cartão telefônico internacional. Ainda encontraremos ele mais vezes, aguardem!
COMPRAS
Chegando nas lojas de eletrônicos parecia um paraíso. Nintendo DS, tablets, Macs, notebooks, netbooks, máquinas fotográficas… ok, vamos parar um pouco com tanto capitalismo, mas acho que vocês sentiram o que eu senti. Algumas lojas brasileiras são parecidas, mas com aqueles preços não dá para competir. A Gaby comprou um notebook Core i3, 500GB de Disco, 4GB de Ram, Placa de vídeo integrada, 2 anos de garantia… 450 euros. Algo como 1000 reais. Esse netbook em que vos escrevo foi 1200, isso diretamente num dos revendedores mais baratos que conheço, nem foi em loja. Os tablets também me chamaram muito a atenção, mas consegui resistir. Vamos ver se eu vou realmente precisar durante as aulas.
Voltamos para casa cedo, pois o dia seguinte começa quase na madrugada e vai ter muita história pra contar.
Até lá!