
#PortugaDiário ep1: Hora de dizer tchau!

O #PortugaDiário foi uma série que escrevi de 2011 a 2012, durante meu intercâmbio na Universidade do Porto. Viajei por toda a Europa e contei um pouquinho disso no blog. Como o antigo site foi perdido, vou republicar a série, semanalmente, assim como a original. Acompanhe e envie para seus amigos interessados em viajar pelo mundo!
Despedidas. Saudade. Lágrimas. Acho que só quem já passou por essa experiência consegue chegar perto de imaginar o que senti. Por mais que o Adeus seja um simples Até logo, pouco importa o tempo que ficaremos longe das pessoas que amamos – é sempre tempo demais.
Nesta nova sessão aqui do site irei contar mais detalhes do meu intercâmbio a Porto, uma charmosa cidade aqui da nossa antiga metrópole Portugal. Aventuras, desventuras e tudo mais que vier na telha.
Para começar irei contar um pouco do começo da viagem, as despedidas e as lembranças, e tudo que me aconteceu. Pode ser que este episódio acabe um pouco mais triste do que os demais, mas acho que preciso falar sobre isso. Tentarei ser breve dessa vez. Lá vai!
DIA ZERO
Sábado, cinco de fevereiro, dia da viagem. Por volta das 10horas da manhã cheguei em casa. Foi com certeza o melhor Happy Hour que eu já participei, a música, a iluminação, a… – bem, isso é assunto pra outro texto. Matheus estava saindo pra um churrasco e quase não me despeço dele antes de viajar. Não temos tido muito tempo para convivermos durante os últimos meses, principalmente pelas diferenças em nossa rotina. Eu estudo e trabalho o tempo todo. Ele estuda longe pra caramba. Agora essa distância vai aumentar ainda mais. Senti meu coração apertar, mas sei que continuaremos bem. Fui para o meu quarto e cochilei por meia hora. Pronto.
Quase tudo pronto, foi só colocar os equipamentos na mochila. Mas essa, realmente, era a parte fácil.
ATÉ LOGO
Mari é a irmãzinha que eu sempre quis. Arroz, feijão, hambúrguer de forno e minha receita surpresa de soja. Preparei o melhor prato que pude para presentear ela e Elis. Me despedir delas não foi nada fácil. Acho que se elas fossem até o aeroporto eu não ia conseguir. Na saída ela ficou com meu chapéu galanteador e minha garrafa de licor. Na verdade o chapéu era para a Lis, mas ela preferiu fazer uma pequena doação.
Um dia nunca é igual ao outro quando você está do lado de alguém que diz “Partiu!” para ir a festas furadas, passear pelo parque, viajar para passar o carnaval no sul, dirigir meu carro… te amo muito maninha!
Eu e o Murilo já viajamos bastante juntos. ENECOM, Fórum Social Mundial, Rio de Janeiro… Mas, infelizmente ou não, sempre chega uma hora em que os caminhos temporariamente se descruzam. Ele viajou aos EUA com alguns de nossos amigos para trabalhar. Agora é a minha vez de viver algumas aventuras à distância. Mas a amizade é tão forte que pouco importa onde estejamos, sei que sempre posso contar com ele. Até breve!
Henriquezinho passou as últimas três semanas mais carinhoso do que o de costume. Grudento, pra falar a verdade. Eu também. Ele é muito inteligente e entendeu perfeitamente que eu estava prestes a viajar e que ficaríamos muito tempo sem nos vermos. Na hora da despedida recebi um abraço mais do que apertado, e não resisti a algumas lágrimas.
Minha família. Não liguei para meus parentes do Rio, despedidas por telefone são ainda muito difíceis, ainda mais com meus avós, tios e primos. Já estou morrendo de saudade deles há tempos! Meus pais me levaram ao aeroporto. Meu pai preocupado, mas feliz. Minha mãe feliz, mas com o coração na mão. Eles sempre me deram muito amor e carinho e confiam em mim. Quando dei o último adeus e olhei para trás antes de embarcar, senti que estava pronto.
Bom, passou a parte complicada. E agora começa a parte divertida da história. Vamos deixar esse papo melancólico antes que comecemos a chorar não é mesmo?
RUMO AO #PORTUGADIÁRIO
Vôo cento e alguma coisa, Brasília-Porto com escala em Lisboa. A primeira coisa que se vê, assim que se passa pela Alfândega, é o FREESHOP. Não lembro o nome exato, mas é a lojinha que vende produtos sem impostos. Os brasileiros em geral estavam em polvorosa com ela, como se fosse mais barato do que comprar diretamente no país para onde eles estavam indo (como deveria ser o caso da maioria). Dei uma olhada e ainda descobri que a loja de brasília é péssima, basicamente são doces, perfumes, nem equipamentos eletrônicos havia lá. As duas horas que ainda faltavam até o embarque se arrastariam se dependesse daquelas prateleiras.
Mas dali para frente não estava mais no Brasil (ok, literalmente eu estava sim, mas ignorem isso). Estava em área internacional. Os sotaques se confundiam, era português de portugal, espanhol, francês. O tempo passou depressa até.
Sentei ao lado de uma francesa que conversava no telefone, para tentar escutar a conversa. Merci, Oui, entendi tudo tão bem quanto se fosse russo. Liiiiis, cadê você?!
Os portugueses definitivamente falam embolado e rápido demais. É como se fosse um carioquês levado ao extremo, mas com um ovo na boca pra dificultar mais um pouco. Mas são muito simpáticos (ou pelo menos até onde eu entendi…). Os funcionários da TAP distribuíram sorrisos e boa noite a todos que passavam. Chega a hora do embarque.
O avião é quase três vezes maior do que qualquer outro que eu já havia visto. Dez ou doze fileiras, não me lembro exatamente, mas ainda assim parecia apertado. Diretamente ao meu lado um casal de idosos e um senhor, todos portugueses. Pela primeira vez assisti ao filme “MegaMind”. Sim, eles não costumam traduzir algumas palavras em inglês, principalmente nomes de filmes. No Brasil qualquer criança diria que assistiu “MegaMente”. Em Portugal você assistiu “MegaMind”, pouco importa se o sotaque é português ou britânico.
Na hora do jantar descubro que há opção vegetariana. Mas não vegana. Escolho a opção com carne e jogo fora o dito cujo. O que me deixou indignado não foi nem a opção vegetariana conter queijo. Nem mesmo o fato de não poder pedir para retirá-lo, afinal de contas a comida chega pronta ao avião. O pior de tudo é a comida vir separada em caixinhas diferentes, lacradas, e você não poder montar seu prato. O senhor do meu lado não comeu a sobremesa. Eu não comi a carne nem a sobremesa. A senhora do meu lado deixou o arroz. Toda essa comida estava lacrada. Toda essa comida foi para o lixo. A aeromoça disse que são normas da empresa. Jogar dinheiro fora?
EUROPA
Continuando, cheguei a Lisboa. Ou melhor, fui acordada pela mesma aeromoça (essa aí de cima, que arrumei confusão por causa da comida xD) e percebi que todos já estavam de pé – menos eu. Ok, eles estavam todos de pé mas as portas ainda não haviam sido abertas, pior pra eles, eu estava sentado hehe. Esperei um pouco e prossegui.
E finalmente pisei em Portugal. Depois de suportar o dia mais quente do ano em Brasília, ver aquela fumacinha saindo da boca foi uma sensação incrível. Seis graus, nunca havia estado numa temperatura tão baixa. E estava brincando de fumar caneta quando chega o ônibus que nos levaria até a conexão com o Porto.
Novamente o FREESHOP. Este tinha dezenas de equipamentos eletrônicos, o que me deixou mais feliz do que no anterior =) Mas o que mais me chamou a atenção, ironicamente, foi a sessão de doces.
No próximo capítulo continuo falando sobre isso. Até lá!
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