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#DesafioZelda ep1: por onde eu começo?

#DesafioZelda ep1: por onde eu começo?
Minha primeira experiência com a franquia Zelda foi na casa de um amigo. Não lembro qual era o jogo, mas era num GameCube. Aquele aparelho quadrado e roxo me chamou a atenção.

Provavelmente joguei The Wind Maker. Não lembro muitos detalhes porque esse “joguei” é bem entre aspas. Foi uma coisa rápida – eu era visita e tinha um monte de criança. Isso significava, claro, que qualquer jogo sem multiplayer era rapidamente banido. Mas nunca esqueci daquela experiência. Algum tempo depois, fui pesquisar mais sobre esse tal de Link.

À FRENTE DO SEU TEMPO…

Uma coisa sempre me intrigou, quando comecei a pesquisar sobre Zelda. Há um grande debate na internet se o jogo é ou não um RPG. Parando para analisar, você percebe que desde os primeiros jogos ele possuía elementos que fugiam do padrão de outros jogos de role-playing game. O Link nunca teve “características” e “níveis”, por exemplo. Não adianta matar mil inimigos, em Zelda você só causará mais dano se encontrar outra sepada. Em “Secret of Mana”, que tem uma mecânica de batalhas “parecida” (fãs, não me matem), os personagens possuem níveis, podem evoluir magias, etc. Essa, em geral, é a base de um RPG. Minha opinião é que Zelda talvez tenha sido o primeiro jogo de mundo aberto e “hack slash”, mais próximo de God of War do que de Chrono Trigger. O que vocês acham?

…LITERALMENTE

Algo que também que sempre intrigou o público era a cronologia dos jogos. Isso porque os dois primeiros jogos lançados são, na verdade, os últimos na linha do tempo da história (pelo menos até agora). Falarei mais sobre isso logo abaixo.

Durante muito tempo, boa parte dos fãs consideravam que os diferentes lançamentos eram “lendas” no sentido de que cada jogo se passaria num universo diferente. Até que a própria Nintendo lançou, em 2011, o livro “Legend of Zelda: Hyrule Historia“. Na obra, é apresentada uma linha do tempo relacionando os lançamentos dos jogos com a cronologia do universo Zelda (imagem). Em outras palavras, qual seria a maneira correta de encaixá-los numa linha do tempo de modo que as histórias formassem uma narrativa única.

Pra mim, “Zelda 1” foi lançado de maneira despretensiosa e, atingindo sucesso, foi sendo imaginado e construído. É diferente de outras obras, como Dragon Ball, por exemplo, que já era um mangá quando foi transformado em anime e posteriormente em jogos. E, não se enganem, isso foi ótimo. O uso de diferentes linhas do tempo, e o fato dele poder criar novas histórias que se passam cronologicamente antes ou depois de outros jogos tornam as possibilidades de Miyamoto simplesmente infinitas. Sem ficar forçado. Todos queremos saber mais sobre a história desse universo imaginado pelo artista!

#DESAFIOZELDA

E pra quê eu falei disso tudo? Bom, o fato é que sempre gostei da franquia Zelda, mas conheço pouco. Sabe aquele colega de escola/faculdade/trabalho que não aparecem muitas oportunidades para interagir, mas você admira? É mais ou menos a minha relação com o Link.

Outro ponto é que está cada vez mais difícil dedicar tempo a jogos não casuais. Sempre dediquei essa atenção apenas a Pokémon. Se você está jogando um RPG como Chrono Trigger, por exemplo, e fica uma semana sem jogar, quando voltar provavelmente se encontrará completamente perdido. Acreditem, isso aconteceu, viajei no tempo para a linha do tempo errada e fiquei preso por dias até ter que pesquisar na internet o que fazer… É outro jogo, inclusive, que nunca zerei. Já se você fica um ano sem jogar Mortal Kombat – pode até esquecer como fazer aquele Fatality – mas vai jogar normalmente. É um jogo casual, você joga, interage, se diverte e desliga.

Claro, dá pra jogar Zelda só enfrentando os inimigos, mas perde-se o que o jogo tem de mais rico. Convenhamos, a maioria dos jogos da franquia possuem enredos interessantes e complexos. Mas, por causa disso, sempre eu dizia “ah eu jogo depois, com mais calma”.

“IT’S DANGEROUS TO GO ALONE”*

Estou um pouco atrasado – assumo – mas criei esse #DesafioZelda justamente por perceber que já passou da hora de conhecer de verdade os jogos da série. E, aproveitando a oportunidade, vou jogar seguindo a linha do tempo cronológica de Hyrule, de modo que, conforme eu vá completando os jogos, vá também conhecendo a história desse universo. Ainda não me decidi qual linha vou seguir depois de Ocarina of Time, mas isso é papo para outro post.

A ideia então é dividir essas experiências com vocês, leitores. Talvez a maior dificuldade do #DesafioZelda seja conseguir os jogos. Simplesmente comprar ou alugar os consoles não é o que eu quero. Tampouco vou fazer gameplay de jogos que têm milhões de gameplays no Youtube (o que não significa que não vá filmar um trecho ou outro que eu goste). Vou ensinar vocês a pensar em soluções para emular seus próprios consoles ou, em último caso, pegar emprestado os aparelhos e se virar, sem gastar nada. Esse é o diferencial dessa jornada. Seu celular ou computador são capazes de muito mais do que vocês imaginam, podem ter certeza.

O primeiro jogo da fila, por exemplo, é o Skyward Sword, de Nintendo Wii. Só que… não tenho Wii. Como vou fazer? Em breve vocês vão descobrir. Retroarch neles!

*”It’s dangerous to go alone”, que significa “É perigoso ir sozinho” (tradução livre), é uma das frases mais famosas do primeiro jogo da franquia, “The Legend of Zelda”.

ATUALIZADO

Já temos mais episódios disponíveis. Confira!

Episódio 2: Skyward Sword

Episódio 3: Minish Cap e RetroArch

Episódio 4: Dá pra jogar Four Swords?

Episódio 5: jogando Four Swords (deu certo!)

Episódio 6: use emuladores diretamente do seu navegador

Episódio 7: Ocarina of Time (finalmente!)

Episódio 8: Nintendo Switch vale a pena?

Saiba mais sobre a ordem cronológica da franquia no site do Distrarindo. Clique aqui.
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Sobre o autor

Thiago Vilela

Atualmente é coordenador de Comunicação do Dep. Distrital Fábio Felix. Graduado em jornalismo pela Universidade de Brasília, fez intercâmbio em Belas Artes na Universidade do Porto e Artes Gráficas na RedZero (Full Sail University, incompleto). Cofundador da Casa Vegana de Brasília, trabalhou como Assessor na Comissão Nacional da Verdade (CNV) e na Câmara dos Deputados, no mandato do Dep. Federal Chico Alencar. É fundador deste site.

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