
#DesafioZelda ep3: Minish Cap e Retroarch

Para quem ainda não conhece, este é o terceiro episódio do #DesafioZelda, em que estou jogando toda a franquia seguindo a ordem cronológica dos jogos. Se você perdeu o episódio 1, clique aqui. Para ler o segundo episódio, clique aqui.
The Legend of Zelda: The Minish Cap
Lançado em novembro de 2004, o jogo é o décimo segundo título da franquia e o último no GameBoy Advance. Apesar do console limitado e quase 15 anos para os dias de hoje, é um jogo bonito, interessante e que com certeza vai te fazer se apaixonar pela série.
O estilo remete a outros jogos em 2D da franquia, como Link to the Past e principalmente Four Swords, que usa basicamente os mesmos gráficos. O jogo conta a origem de Vaati, o antagonista de Four Swords. Além disso, o enredo gira em torno do “Minish Cap”, que é o chapéu (tá mais pra capuz, né?) verde que sempre vemos com o Link. O acessório é, na verdade, o mago Ezlo, que acabou transformado (não darei spoilers de como isso aconteceu). Graças aos poderes de Ezlo, Link consegue diminuir de tamanho ao longo da jornada, acessando lugares inacessíveis e explorando Hyrule de um jeito único e muito divertido.
Minish
Os “Minish”, também conhecidos como Picori, são uma raça de seres muito pequenos que ajudaram a salvar Hyrule muito antes dos acontecimentos do jogo. No tempo do jogo, só crianças conseguem ver os Minish, e ainda assim, pelo que entendi, nem sempre. Link , por ser criança e diminuir de tamanho, consegue fazer contato com os Minish e eles o ajudam em sua jornada. Isso dá uma dinâmica muito legal ao jogo, porque você explora um mesmo ambiente no tamanho normal e depois, quando volta no tamanho pequeno, tudo muda. Inclusive, é fundamental diminuir e voltar nos lugares em que você já foi no tamanho normal para poder avançar na história.
Na imagem abaixo, Link está no tamanho normal. Logo à sua direita há um buraco na parede revelando uma passagem transponível apenas se ele diminuir de tamanho.

COMO JOGAR
Quando me toquei que Minish Cap era um jogo de GBA, não tive dúvidas: queria jogar num portátil. Nada de jogar em emulador de computador. Não é a mesma coisa.
Sempre gostei muito de portáteis, apesar de, na minha infância, ter tido apenas um GameBoy Color (o problema é que ele foi roubado, mas isso é papo pra outro post). Já adolescente, comprei um Nintendo DS e esse companheiro de aventuras fez parte de muitos momentos. Adulto, comprei um 3DS, que foi usado prioritariamente para Pokémon e Mario Kart/Mario Tennis. A maioria da minha experiência dos jogos antigos, portanto, foi no PC.
Como meu NintendoDS é o Lite, dá para jogar games de GBA diretamente via cartucho ou emular (via cartucho ou cartão microSD). Acabei comprando pela internet um cartucho para jogar roms de GBA diretamente no NintendoDS Lite (ou, claro, num GBA). Só que, como eu não queria esperar quase um mês do frete, resolvi instalar o jogo diretamente no meu celular. Querendo ou não, ele também é um portátil. E também tem outra vantagem, celular tá com você em qualquer lugar e dá para jogar modo mais discreto do que num DS.
RETROARCH
Foi aí que eu tive certeza de como a comunidade gamer é maravilhosa. Além dos mil aplicativos pagos ou “freemiums” que você encontra na Google Play para emular jogos antigos, encontrei um que me conquistou. É o Retroarch.
O Retroarch se entitula um “frontend” para emuladores. Isso significa que, ao invés de baixar um aplicativo para emular GBA, outro para emular SuperNintendo, outro para emular MegaDrive etc, você baixa apenas ele. E aí, depois de instalar no seu PC/Mac/Linux/Playstation/Wii/3DS (e a lista não acaba) é só baixar o emulador que você quer, de dentro do próprio Retroarch. É como se cada emulador fosse um plugin do RetroArch.
Assumo que, apesar da ideia ser muito boa, as pessoas com quem eu conversei e enviei o app tiveram um pouco de dificuldade. Querendo ou não, é mais fácil, se você quer jogar GBA, baixar um emulador de GBA ao invés de 1. baixar o RetroArch; 2. procurar, dentro do programa, o emulador de GBA; 3. ficar confuso, porque os nomes dos emuladores lá dentro não são nada amigáveis. A grande questão é que, por ser software livre, você não paga nada nem tem que ficar vendo propaganda. Acho sinceramente que vale o esforço.
Vou fazer um tutorial básico, mas, se você tiver dificuldade, pode ver o vídeo mais abaixo que fica mais fácil. Estou pensando em fazer um vídeo próprio, mas só se houver demanda. Até lá, esse vídeo, apesar de simples, é um dos melhores que encontrei no Youtube.
Tutorial rápido de como configurar o RetroArch
- Instale o software no seu celular. Tem app na Google Play, mas também dá para baixar no seu iOS, direto no site oficial do aplicativo. Acredito que em outros consoles o método seja parecido, mas esse tutorial é específico para Android/iOS, que foi onde testei;
- Para facilitar, coloque o app em Português (se quiser, pode pular essa etapa). Clique na engrenagem no canto inferior direito, procure por “User” e clique em “Language” até aparecer “Português”;
- Para salvar o idioma (e qualquer outra modificação que você queira fazer), clique na “casinha” no canto inferior esquerdo, Config > Save current config. Se o idioma já não estiver atualizado, reinicie o aplicato.
- Agora, para baixar o emulador que você quer, volte para a página inicial (ícone da “casinha”), Carregar Núcleo > Baixar Núcleo > Escolha o emulador. Aí que começa o problema, tem muitos emuladores do mesmo console, e isso pode confundir. Minha dica é: baixe vários e teste. Para GBA, recomendo o mGBA.
- E é isso. Agora, quando você ir em “Carregar Núcleo”, vai aparecer o emulador que você baixou. Quando clicar no emulador, ele vai pedir para você encontrar a sua ROM. A ROM é o jogo em si. Para baixar o jogo, você pode usar o site CoolROM, LoveRoms ou outros pela internet. Esses dois são simples de usar e nunca tive problemas com eles.
- Explore o aplicativo, ele pode assustar de início mas é muito simples. Se você conectar um controle via cabo ou bluetooth, por exemplo, ele automaticamente reconhece. Os emuladores, no geral, salvam em vários slots. Li que tem até funções multiplayer que funcionam bem na mesma rede, mas nunca testei. Resumindo, o céu é o limite com o Retroarch.
Minish Cap
Ok, mas vamos voltar ao jogo né. Uma vez configurado o emulador e baixada a ROM, comecei a jogar. Uma coisa que percebi, infelizmente, é que jogos como Zelda são muito difíceis de serem jogados diretamente na tela touch. Não é nenhum problema de software, é de hardware. Sem botões físicos, é muito difícil fazer os comandos. Dá pra andar por aí, enfrentar inimigos menores, mas passar por certos puzzles ou enfrentar o “chefão” é complicado.
Por sorte esse emulador aceita praticamente qualquer controle externo. Você pode ligar um cabo OTG no seu celular e conectar ele a qualquer controle USB ou, se preferir mais praticidade, conectar um controle bluetooth. Eu tenho um da marca Ípega, que pode ser usado com ou sem fio e tem ótimo custo benefício. Eu tenho o modelo 9025 (confira o preço na Amazon brasileira), que dá para usar em praticamente qualquer console. Também gosto muito do modelo 9021 (confira o preço na Amazon brasileira), que também é otimizado para jogar no celular. Com qualquer um dos dois, ou outros que você encontra pela internet, com certeza será muito mais fácil jogar. Se não quiser comprar pela internet e esperar, pode procurar no MercadoLivre ou naquela loja de eletrônicos da sua cidade.

Vale a pena jogar?
Dito tudo isso, será que vale a pena você jogar? Com certeza! Seja no celular, seja no computador, GameBoyAdvance ou Nintendo DS (falarei mais sobre como emular GBA em outros consoles em próximos episódios). É um jogo divertido, com o melhor da série Zelda e que vai te fazer entender a origem de vários personagens da franquia. Como é um jogo antigo e muito popular, você encontra até mesmo ROMs em português ou espanhol, que podem facilitar caso você não saiba inglês.
Então é isso, baixe, jogue, se divirta e compartilhe aqui nos comentários a sua experiência. Até a próxima semana!
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